Em Rondônia, imposto sobre o combustível é mantido sem reajustes há mais de cinco anos

“Funciona assim, quando o dólar oscila no mercado internacional, a Petrobras aumenta o custo, porém quando diminui o preço ela não reduz”.

A alíquota do Imposto de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) sobre o combustível em Rondônia não tem aumento há mais de cinco anos.

O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria do Estado de Finanças (SEFIN) mantém o percentual estável, sendo 26% sobre a gasolina e álcool, e 17% sobre o diesel.

De acordo com o secretário da Sefin, Luís Fernando Pereira, o Estado não autoriza aumento de preço de nenhum combustível, os preços são definidos pelas refinarias, distribuidoras e postos de combustíveis, em regime de livre mercado.

“A causa desses aumentos não são os impostos, mas sim, a desvalorização do real frente ao dólar e a constante elevação do preço nas refinarias decorrente da política de preços da Petrobras, que repassa para as distribuidoras os aumentos do valor internacional do barril do petróleo”, explicou o Secretário.

O coordenador da Receita Estadual, Antônio Carlos, comentou que em 2016 a Petrobras alinhou os preços para os valores internacionais, foi quando começaram os aumentos.

“Funciona assim, quando o dólar oscila no mercado internacional, a Petrobras aumenta o custo, porém quando diminui o preço ela não reduz”.

De acordo com os dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço da gasolina nas refinarias, por exemplo, subiu 77% entre 2016 e 2021. Em decorrência desses aumentos, o percentual do preço final da gasolina que fica com a refinaria subiu de 15% em 2016 para 31% em 2021. Nesse mesmo período, o percentual do preço final que vai para o ICMS permaneceu em 26%.

O fato da Petrobras manter os percentuais de aumento baseado nas altas dentro de uma dinâmica de oscilação (alta e baixa). O resultado das maiores margens de lucros nos combustíveis gerou no segundo semestre de 2021 à Petrobras, lucro de R$ 42,8 bilhões.

Segundo o secretário da SEFIN, o ICMS da gasolina é responsável por 20% da arrecadação do Estado.

“Não existe a possibilidade de isentar o imposto da gasolina em Rondônia porque teríamos que compensar no imposto de outro produto, ou reduzir os benefícios fiscais. A melhor forma de corrigir as injustiças e as imperfeições do sistema é  por meio da reforma tributária que deve ajudar a reduzir a regressividade, quanto quem paga mais e ganha menos, promovendo justiça fiscal para reduzir as desigualdades e continuar os serviços prestados pelo Estado em benefício da população”, finalizou.

 

Assessoria

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