Ivo Cassol e deputado Coronel Chrisóstomo são apontados como aliados políticos de grupo alvo de operação da PF em Rondônia
A BBC citou que dois políticos apoiam as demandas do grupo investigado: o ex-senador e ex-governador de Rondônia Ivo Cassol (PP-RO) e o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PSL-RO).
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (29), a operação Amazônia.com, que visa combater o desmatamento em Rondônia e a venda ilegal de terras públicas através do Facebook e outras redes sociais.
A operação foi deflagrada após uma reportagem revelar que terras protegidas da Amazônia, principalmente em áreas indígenas, estão sendo vendidas na internet.
Através de um repórter descaracterizado, a BBC fez contato direto com pessoas que teriam postado anúncios ofertando a venda de terras de domínio público sem os registros necessários.
Segundo a PF, em alguns dos anúncios, os investigados anunciam a venda de imóveis rurais na região amazônica com 830 hectares por valores que chegam a R$ 1,6 milhão.
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A BBC citou que dois políticos apoiam as demandas do grupo investigado: o ex-senador e ex-governador de Rondônia Ivo Cassol (PP-RO) e o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PSL-RO).
No trecho da reportagem, a BBC destaca que ouviu Edinário da Silva Batista, que alertou que na véspera da eleição de 2018, o então senador Cassol prometeu ao grupo que os “assentaria” na terra indígena e brigaria para regularizá-los.
“Ivo Cassol, se tivesse ganhado, ele disse: ‘Eu assento vocês lá e depois a gente vai brigando com usucapião’. Mas aí ele teve aquele processo e não pode sair (candidato)”, disse Batista.
O processo a que Batista se referiu foi a condenação de Cassol por fraude em licitação quando ele era prefeito em Rolim de Moura, entre 1998 e 2002, e que o impediu de concorrer à reeleição ao Senado, em 2018.
Em março de 2018, em reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, Cassol pediu ao então presidente da Funai, Franklimberg Ribeiro de Freitas, que intercedesse em favor de ocupantes da Terra Indígena Uru Eu Wau Wau e endossou a tese de que teria havido um “erro de digitação” na demarcação da área.
Também apontado por Batista como um aliado, o deputado federal Coronel Chrisóstomo disse à BBC que ajudou o grupo a se reunir com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o Ministério do Meio Ambiente e a Funai, mas não sabia que eles haviam invadido uma terra indígena.
Nesta quinta-feira, os investigados vão ser ouvidos pela PF e responderão pelos crimes de estelionato e desmatamento em terras de domínio público.
Fonte: BBC