Rinoplastia pode resolver questões estéticas e funcionais

Satisfação com selfies, presença em reuniões online, necessidade de respirar melhor: são diversas as motivações para se procurar a rinoplastia. O procedimento estético facial mais realizado no Brasil, segundo dados mais recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, vive um ápice em sua procura após a pandemia de covid-19, graças à superexposição do rosto a câmeras de diferentes qualidades, sob diferentes luminosidades. Mas a decisão de operar o nariz ultrapassa a questão estética e pode oferecer mais qualidade de vida a quem recorre a ela. 

Hoje em dia existem dois tipos de operação plástica do nariz, que diferem na forma como se acessa essa região: a aberta (exorrinoplastia) e a fechada (endonasal). Além do motivo estético e funcional, também pode ser feita para reparação ou revisão de algum procedimento anterior. Aberta ou fechada, a diferença entre as duas passa também pelo objetivo a ser alcançado. 

Na rinoplastia fechada, o procedimento é realizado sem abrir o nariz, com todas as incisões feitas por dentro dele, acessando pelas narinas, sem cortes externos. Assim, o tempo cirúrgico é menor, porém a visualização do cirurgião acaba sendo limitada. 

Já na técnica aberta, o cirurgião tem maior visualização. A incisão é realizada nas laterais e na columela (localizada entre as duas fossas nasais, formada por pele e cartilagem) e, após a cicatrização, pode ficar praticamente imperceptível. Dessa forma, a rinoplastia aberta é realizada quando se deseja uma redução ou maior alteração no contorno nasal.

“A rinoplastia fechada é muito pouco usada atualmente e é indicada para quando há poucas alterações estéticas a se fazer. Já a aberta é indicada nos casos de mudanças esteticamente mais expressivas, quando se deseja remodelar o nariz de acordo com o planejamento feito com o paciente”, relata o Dr. Márcio Freitas, médico e cirurgião dentista com especialização em rinoplastia. 

Cirurgia é popular em todo o planeta

A operação plástica no nariz é a mais buscada por pacientes do sexo feminino, que possuem idade entre 19 a 34 anos, sendo também a mais realizada em jovens abaixo de 18 anos. Segundo o levantamento do Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), em 2020, foram feitas 87.879 rinoplastias no Brasil em 2020 – seguido pela Turquia e pelos Estados Unidos. Além disso, dados da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) apontam aumento de 25% da busca por cirurgias estéticas pelo público masculino nos últimos anos.

As regiões mais alteradas são a ponta (bolinha ou batatinha) e a altura do dorso (que se destaca no perfil da pessoa). As mudanças devem acontecer acompanhando a estrutura da face, eventuais assimetrias, a largura do dorso, bem como o desenho da abertura das narinas.

Procurado por aqueles que querem melhorar a estética ou que se incomodam com o formato original, o procedimento não é recomendado para pacientes com doenças crônicas (como problemas cardiovasculares, obesidade e diabetes) ou que, no momento, não tenham condições psicológicas para viver essa mudança – como por exemplo, quem tem o diagnóstico de Transtorno Dismórfico Corporal. Por isso, é importante que o paciente tenha acompanhamento especializado e multidisciplinar, com profissionais que o assistam desde a decisão inicial até o fim do tratamento.

Não é só estética

Além da parte estética, a rinoplastia pode ser a solução quando o paciente apresenta episódios frequentes de nariz entupido, cansaço em excesso ao realizar atividades físicas, ou até mesmo dores de cabeça – conhecida como cefaléia rinogênica. 

“Todos esses sintomas podem estar relacionados ao desvio de septo. Isto acontece quando o septo (estrutura cartilaginosa que divide a cavidade nasal) não é totalmente reto e acaba obstruindo um dos lados das narinas. Durante a cirurgia, esse desvio é consertado”, esclarece o doutor Márcio Freitas.

O médico, que tem formação em medicina e também em cirurgia odontológica, fez residência médica em otorrinolaringologia, cirurgia cérvico-facial e especialização em cirurgias plásticas da face e funcionais do nariz. “A cefaléia rinogênica, por exemplo, é uma dor de cabeça ocasionada por um ponto de contato entre o septo e a mucosa. A rinosseptoplastia é justamente a união dessas duas necessidades, para corrigir a parte respiratória e melhorar os incômodos estéticos”, elucida.

A cirurgia plástica de nariz é considerada por muitos uma das mais complexas da especialidade. Além de todo o estudo, a intervenção exige também experiência visual técnica para uma compreensão adequada das estruturas e ligamentos que irão apresentar suporte e garantir uma boa fisiologia.

A aparência final depende de diversos fatores – como o peso da pele, a cicatrização, a manipulação e a musculatura da face – e demanda paciência. O inchaço e o peso do pós-operatório cedem após os 3 primeiros dias. Os pontos são retirados com cerca de uma semana e geralmente não há queixa de dor – pois o paciente utiliza analgésicos e antiinflamatórios. Após um mês fica mais fácil ver os resultados, que vão se consolidando durante os seis meses seguintes.  

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