Era das lives: por que é importante saber se comunicar?
Falar em público, ou para outras pessoas, nunca esteve tão em alta quanto nos últimos dois anos. Com a pandemia, veio também a democratização das ferramentas de reuniões online e uma enxurrada de lives. O profissional que precisava se comunicar com seu público-alvo, aproveitou suas redes sociais, ou da empresa, para fazer contato com quem estava do outro lado da tela. Canais de televisão também se utilizaram dessa ferramenta para fazer entrevistas.
Mas, com tanta exposição, o que se viu foram diversas gafes cometidas. Comunicar-se é uma arte e é preciso estar atento a cada detalhe para não virar meme. O jornalismo dispõe da ferramenta chamada media training, que orienta profissionais de todas as áreas a se portarem de forma adequada durante uma entrevista. “Esse treinamento pode ser feito para advogados, políticos, empresários, representantes de empresas, celebridades, atletas e outros profissionais. O intuito é orientá-los em como lidar com a mídia em todas as ocasiões, seja para anunciar uma ação positiva ou, mesmo, em um caso de crise”, afirma a jornalista e Diretora de Operações da Mídia e Conexão, Letícia Diniz.
Segundo a executiva, a busca do treinamento em media training cresceu no início deste ano. “Com as eleições se aproximando, ninguém quer passar vergonha. Apesar do horário eleitoral ter deixado de ser o principal canal de comunicação entre candidato e eleitor, ninguém quer passar vergonha lá. O perfil do eleitor mudou também, ele pesquisa mais sobre em quem vai votar. Com o crescimento das redes sociais, é importante investir na comunicação de seus canais próprios. Usar o Facebook, YouTube, WhatsApp, Instagram, LinkedIn ou o Twitter, de forma errada, pode custar a eleição”, explica a sócia da Mídia e Conexão.
O curso de media training pode ser realizado de diversas formas, desde um dia, que traz ensinamentos básicos, até meses, onde faz o acompanhamento do porta-voz uma vez por semana, para avaliação de resultados. A empresária e CEO da Mídia e Conexão, Mara Martinez, ressalta que isso é avaliado de acordo com o perfil do profissional. “No caso de políticos, por exemplo, o candidato a um governo de estado precisa de acompanhamento diário, com avaliação de entrevistas, simulações de debates e definição de estratégia. Já no caso de advogados, muitas vezes um treinamento de 16 horas é eficiente”, esclarece Mara Martinez.
Para Hugo Sarubbi Cysneiros, sócio do escritório Sarubbi Cysneiros Advogados Associados, esse tipo de treinamento é fundamental nos dias de hoje, tanto para saber dar uma boa entrevista, quanto conduzir uma live no canal do escritório. “Lidar com a imprensa é essencial para inserção de qualquer negócio hoje no mundo corporativo. Além disso, a importância de fazer um media training tem a ver com o advento de novas tecnologias, e, em especial, com o protagonismo cada vez maior das redes sociais. Então, portar-se diante da mídia em geral, hoje, não se limita mais em saber o que fazer em uma entrevista para a televisão ou jornal. Agora, também tem relação direta com o uso do Instagram, do LinkedIn e de outras plataformas que convivem com qualquer corporação, hoje em dia. Entendemos que necessita de formação permanente. Os desafios se renovam a cada momento”, destaca Hugo Sarubbi Cysneiros, sócio do escritório Sarubbi Cysneiros Advogados Associados, que promoveu um Media Training para sua equipe, no início deste mês.
Para aprender um pouco mais sobre o assunto, a CEO da Mídia e Conexão preparou 10 dicas de como dar uma boa entrevista e aparecer bem nas lives:
1- O entrevistado deve se comportar de forma natural;
2- Cuidado ao gesticular demais;
3- O cenário é um ponto importante, nada de objetos chamativos demais atrás para não roubar a cena.
4- Se a entrevista for sentado, cuidado com as cadeiras giratórias, nada de ficar balançando de um lado para o outro;
5- A roupa deve ser elegante e discreta, nada de xadrez ou listrado;
6- Mesmo que seja o maior especialista no assunto é necessário preparação antes da entrevista;
7- A fonte deve sempre olhar para o entrevistado ao falar;
8 – Os microfones são muito sensíveis, por isso não há ncessidade de falar alto;
9- Cabelo sempre penteado. No caso das mulheres, se não der tempo de arrumar, a dica é fazer um coque ou rabo de cavalo. Menos é mais, acessórios sempre discretos;
10- Simpatia e cordialidade são sempre bem-vindas!